Publicação diz que quanto mais o governo demorar para corrigir o rumo da economia, mais forte terá de ser a dose do remédio. A revista The Economist que chega às bancas neste fim de semana publica reportagem sobre a recente contração da economia brasileira. Com o título “A deterioração”, o texto chama atenção para o atual cenário econômico que conta com fraco crescimento, inflação persistente e déficit público crescente. Ao ouvir economistas, a publicação diz que a recessão técnica – quando há dois trimestres seguidos de contração da atividade econômica – não é descartada. Segundo analistas ouvidos pela revista, quanto mais o governo insistir em adiar medidas para corrigir o rumo da economia, mais forte terá de ser a dose do remédio. “Analistas do mercado financeiro correram para cortar suas previsões já anêmicas de crescimento neste e no próximo ano”, diz a revista, ao comentar a reação dos economistas à contração de 0,5% da economia brasileira no terceiro trimestre, anunciado nesta semana. “O quarto trimestre também pode registrar uma contração, prevê o banco de investimentos Nomura, o que colocaria o Brasil em recessão técnica”, completa a revista. A publicação nota que, mesmo que a recessão não seja confirmada, o estrago já foi feito. “Mesmo que isso (a recessão técnica) não ocorra, o veredicto sobre a economia da presidente Dilma Rousseff já parece claro. O crescimento médio será de aproximadamente 2% com inflação de 6%. As finanças públicas se deterioram acentuadamente e um inchado déficit em conta corrente completam o quadro desanimador”, diz o texto.
(O Estado de S.Paulo, 06/12/2013)