PIB desacelera de 7,7% para 7,5% em relação a 2012 com enfraquecimento da demanda global por produtos. Ritmo diminui após autoridade admitir pela 1ª vez que economia pode crescer menos que a meta oficial de 7,5%.
A economia chinesa cresceu 7,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2012, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas do país.
O dado ficou dentro da expectativa da maioria dos analistas, confirmando a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que no primeiro trimestre havia registrado ritmo anual de expansão de 7,7%.
Apesar da queda, o Escritório de Estatísticas afirmou que a economia manteve um desempenho estável no primeiro semestre. “Muitos indicadores ainda estão numa margem razoável, apesar do ambiente econômico complicado”, comentou.
Com uma economia fortemente baseada em exportações, a China ressente-se da queda de demanda por seus produtos de seus parceiros comerciais, principalmente Estados Unidos e Europa.
Dados do comércio divulgados na semana passada já haviam indicado a perda de vigor econômico do país asiático, com recuo de 3,1% na exportações em junho, o primeiro em 17 meses.
O governo chinês tem declarado que irá tolerar um ritmo de crescimento mais modesto que nos últimos anos e que manterá o foco nas reformas econômicas, incluindo medidas para conter a expansão do crédito.
O esfriamento demonstrado nos primeiros seis meses de 2013 comprova que a economia chinesa não conseguiu reverter a desaceleração iniciada no ano passado, comentou Li Daokui, economista da Universidade Tsinghua, em Pequim. Sua previsão, porém, é de que “reformas e ajustes políticos” implementados pelo governo levarão a economia chinesa a apresentar “uma certa recuperação” no segundo semestre.
Há poucos dias, o ministro das Finanças chinês, Low Jiwei, sinalizou que a expansão do PIB em 2013 poderá ficar em 7%. Foi a primeira vez que uma autoridade admitiu a possibilidade de a meta de 7,5% não ser alcançada.
Os indícios de esfriamento se refletiram no rebaixamento da projeção de vários bancos de investimento para o crescimento chinês.
Além disso, em seu mais recente relatório, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de expansão chinesa em 2013 de 8,1% para 7,8%, aumentando as preocupações sobre o impacto que a desaceleração terá na economia global.
(Folha de S.Paulo, 15/07/13)