Inflação mais moderada é oportunidade para elevar preço, dizem especialistas. Enfraquecimento do dólar nos últimos dias é outro fator que pode ajudar governo a elevar logo os combustíveis. O recuo da inflação e a recente queda do dólar abrem uma janela para o governo liberar o aumento da gasolina e do diesel nas refinarias da Petrobras em setembro, de acordo com especialistas. Para eles, é inevitável que o governo conceda algum alívio para o caixa da empresa ainda neste ano. A mais recente ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada na semana passada, indicou espaço de aumento de 5% para os combustíveis, o que animou o mercado e fez subir as enfraquecidas ações da estatal. Somado a isso, a possibilidade da volta da conta petróleo, que subsidia o aumento de preços para frear a inflação, também ajudou a reacender a expectativa de um aumento iminente, apesar das negativas do governo. Uma possível invasão da Síria pelos EUA, porém, pode mudar totalmente o cenário, preveem os analistas, devido ao impacto que isso teria no preço do petróleo, que poderia chegar a US$ 150 o barril. Com os preços defasados em relação ao mercado internacional em torno de 30%, tanto para a gasolina como para o diesel, a Petrobras vem perdendo cerca de R$ 1 bilhão por mês para importar os combustíveis a preço internacional mais alto do que revende no mercado interno. Com uma guerra, essa defasagem ficaria ainda maior.
(Folha de S.Paulo, 08/09/13)