Nascimento Júnior trabalha na construção de um condomínio residencial na área nobre de Pelinca, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, onde a construção civil vem puxando para cima os indicadores da indústria – e tornando a mão de obra qualificada um item escasso. O setor industrial de Campos é o segundo maior do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, a indústria da cidade gerou R$ 28,6 bilhões em PIB, ultrapassando o Rio de Janeiro, com R$ 23,6 bilhões. À frente, ficou apenas São Paulo, com R$ 76,9 bilhões. A atual riqueza da cidade vem da produção do petróleo, que elevou a massa salarial dos moradores e incentivou a migração, fazendo explodir a demanda por novas habitações, segundo a Firjan. Obras de prédios residenciais, muitos de alto padrão, de prédios corporativos e hotéis “pipocam” pela cidade, e engenheiros e mestres de obras sofrem com a falta de mão de obra. Motivos: a falta de qualificação dos candidatos e a concorrência com obras de grande porte como o superporto do Açu, megaempreendimento do empresário Eike Batista que, com a crise nas empresas do grupo EBX, reduziu o ritmo das obras, mas não chegou a parar. “É o ingrediente novo. A indústria do petróleo gera uma massa salarial muito significativa na região, sem medo de errar, afirmo que são R$ 8 bilhões por ano só a partir de Macaé e essa massa salarial é aplicada em comércio, serviços. E resulta num PIB significativo para a região”, diz Luiz Mário Concedida, gerente regional da Firjan. A cidade hoje emprega 11,4 mil trabalhadores com carteira assinada na construção civil, segundo o presidente do sindicato do setor, José Carlos Eulálio. Dez anos atrás, diz ele, eram 7,2 mil.
(G1 – 08/01/2014)