A bolsa brasileira chegou a seu terceiro dia consecutivo de realização de lucros, mas a correção perdeu força no fechamento, o que ajudou o Ibovespa a respeitar a linha dos 51 mil pontos. Com a queda de hoje, a bolsa brasileira praticamente zerou os ganhos na semana, caminhando para registrar o primeiro desempenho negativo das últimas quatro semanas. Ainda assim, a baixa do mercado brasileiro foi bem modesta perto do tombo que as bolsas americanas levaram nesta quinta-feira.
“A Bovespa continua descolada de Nova York. Aqui tivemos um movimento de realização natural depois do rali das últimas semanas”, afirma o analista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos. “Lá fora a realização foi mais forte porque as bolsas estavam no pico histórico e as ações de tecnologia, muito esticadas.”
O Ibovespa recuou 0,11%, para 51.127 pontos, com volume de R$ 6,366 bilhões. Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,62%, o Nasdaq afundou 3,10% e o S&P 500 perdeu 2,09%. Entre as principais ações do índice, Vale PNA recuou 0,86%, para R$ 29,69, Petrobras PN caiu 1,07%, para R$ 15,68, e Itaú PN subiu 1,08%, para R$ 34,52. No topo do Ibovespa se destacaram ALL ON (7,16%), Souza Cruz ON (6,71%) e Prumo ON (4,34%). Conforme reportagem de hoje do Valor, o clima entre os acionistas da ALL está mais tranquilo e a fusão da empresa com a Rumo Logística, da Cosan (2,98%), deve ser selada numa reunião de conselho de administração na próxima terça-feira (15). Tudo caminha para que os fundos de pensão, Previ e Funcef, e mais a gestora de recursos BRZ, também concordem com a transação. Juntos eles somam 30% do bloco de controle da ALL. Já os papéis da Prumo, antiga LLX, reagiram ao contrato firmado com a americana Edison Chouest, que alugará uma área de 255 mil metros quadrados no porto do Açu pelo período de 15 anos. O acordo é renovável por mais três períodos de cinco anos. As ações da Prumo estão em forte alta desde 27 de março, quando o presidente da companhia, Eduardo Parente, reiterou que trabalha para atrair a Petrobras para o Porto do Açu. A valorização acumulada desde então é de 30%. Na ponta negativa apareceram Oi PN (-7,27%), Anhanguera ON (-5,68%) e Rossi ON (-5,23%). O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a venda do ativo de ensino a distância e de alguns cursos de graduação presencial da Anhanguera no âmbito das negociações entre a empresa e a Kroton (estável, a R$ 46,80). Segundo o parecer do MPF, há ato de concentração em ensino a distância em 171 municípios no país, onde estão 51 mil alunos. Desse total, 26.964 são estudantes da Anhanguera e 23.996 alunos da Kroton, o que representa, respectivamente, 6,9% e 6,2% do total de alunos das companhias em graduação a distância.
(Valor – 10/04/2014)
