O dólar fechou em alta nesta terça-feira (5), com o aumento da demanda pela moeda norte-americana impulsionado por preocupações com a economia chinesa e com uma eventual alta dos juros nos Estados Unidos.
China e EUA
O crescimento do setor de serviços chinês desacelerou em julho ao nível mais lento em quase nove anos, segundo a pesquisa Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), indicando que a recuperação da segunda maior economia do mundo ainda é frágil e pode precisar de mais apoio do governo.
“Há uma preocupação de que, se a China desacelerar mais, isso afetaria as economias emergentes, e o Brasil está dentro desse grupo de economias que têm uma relação comercial estreita com a China”, disse à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Indicadores econômicos fortes sobre o setor de serviços e a indústria dos EUA deram impulso adicional ao dólar. Os números alimentaram especulações de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode ter margem para aumentar os juros mais cedo que o esperado, atraindo capitais atualmente aplicados em outros países. As novas encomendas de bens industriais nos EUA subiram mais que o esperado em junho, enquanto o crescimento do setor de serviços do país atingiu máxima em 8 anos e meio em julho. Os dados vêm num momento de dúvidas sobre a recuperação da economia norte-americana, após ampla decepção com o desempenho do mercado de trabalho no mês passado.
“O mercado está muito sensível aos dados dos EUA, porque não há certeza de que a recuperação está tão forte assim”, afirmou à Reuters o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold. Com isso, a divisa dos EUA afastou-se ainda mais do patamar de R$ 2,25, após superar essa resistência na semana passada. O dólar vinha oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril, com breves exceções.
Atuação do BC
Nesta sessão, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares, com volume equivalente a US$ 198,9 milhões. Todos os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015. Também foram ofertados swaps para 1º de junho, mas nenhum foi vendido. O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em setembro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 8% do lote total, que corresponde a US$ 10,070 bilhões.
(G1 – 05/08/2014)