A Bovespa fechou em baixa nesta quinta-feira (4), pressionada pela queda nas ações da Petrobras, e após a elevação da taxa Selic para 11,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera. O Ibovespa caiu 1,71%, a 51.426 pontos. Veja cotação. Por volta do horário do fechamento, a Petrobras se destacava entre as principais quedas, com recuo de aproximadamente 4% das ações ordinárias e preferenciais. De acordo com a agência Reuters, as ações da estatal pressionaram a queda da Bolsa, após a Moody’s ter rebaixado a nota de crédito da estatal, medido pelo critério Baseline Credit Assessment (BCA), de Baa3 para Ba1, devido às investigações sobre alegações de corrupção na companhia. Na semana, a bolsa acumula queda de 5,92% e no mês, de 5,86%. No ano, há leve valorização, de 0,16%. Outra pressão negativa relevante no índice veio de BRF, em queda de mais de 2%. O Goldman Sachs rebaixou a recomendação para o papel de “compra” para “neutra”, citando que agora vê espaço limitado de alta para as estimativas e preços do consenso, enquanto vislumbra riscos negativos. Os papéis preferenciais de outra empresa que de destaca entre as mais negociadas, a Vale, também sofreram nesta sessão, em queda de mais de 1% perto do fim do pregão, mesmo com a alta de mais de 2% do minério de ferro no mercado à vista na China. A decisão do Banco Central, na véspera, de intensificar o aperto monetário ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano, também estava no radar, mas sem um consenso sobre os sinais emitidos pela autoridade monetária em termos de comprometimento. Alguns profissionais de renda variável ouvidos pela Reuters citavam a elevação mais forte como uma indicação de comprometimento, mas outros demonstraram reticência com a ausência de referências contundentes de que o BC seguirá empenhado no controle da inflação. Também segue no foco a finalização da votação do projeto que, na prática, desobriga o governo federal de realizar um superávit primário. O Congresso aprovou na véspera o projeto que amplia os descontos da meta fiscal, mas ainda falta analisar uma última emenda, o que está previsto para terça-feira.
“A não aprovação pode adiar os planos do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Havia expectativa de que tudo seria aprovado ainda ontem (quarta-feira) e não foi, o que adiciona algum risco político, o que preocupa”, disse à Reuters o operador de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ser identificado.
(G1 – 04/12/2014)