À luz do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado na noitede quarta (3), os investidores trataram de derrubar as taxas futuras nesta quinta-feira na BM&F, reduzindo as apostas em relação ao ritmo e à extensão do atual ciclo de aperto monetário. Embora tenha acelerado o passo e elevado a taxa Selic em 0,5 ponto, para 11,75%, o Copom salpicou seu comunicado com expressões que deixam dúvidas sobre seus próximos passos. O comitê do Banco Central (BC) não apenas utilizou a locução adverbial “neste momento” para qualificar sua decisão como alertou que “o esforço adicional da política monetária tende a ser implementado com parcimônia”, levando em consideração “os efeitos cumulativos e defasados” das altas anteriores. Economistas se dividem em relação à magnitude do ciclo — as expectativas para a Selic variam entre 12% e 12,50% — e ao tamanho daelevação esperada para o encontro do Copom no fim de janeiro. Pode ser uma repetição da dose de 0,50 ponto ou uma desaceleração para 0,25 ponto. Consensual apenas a análise de que o BC quis dar cabo das apostas, que encorpavam dia a dia na BM&F, de uma eventual alta de 0,75 ponto em janeiro. Se foi esse o intento, o Copom foi bem sucedido. Não por acaso, o DI com vencimento em abril de 2015, que abriga as apostas para a decisão do BC em janeiro (dias 20 e 21) e em março (dias 2 e 4) foi o mais líquido do pregão. Em meio a quase 300 mil contratos negociados, a taxa do derivativo caiu de 12,10% para 11,95%. O DI para janeiro de 2016 — que abrange as expectativas para o rumo da Selic ao longo do ano que vem — desceu de 12,60% para 12,42%. Na parte intermediária da curva, o DI janeiro/2017 caiu de 12,47% para 12,29%. Entre os longos, o DI janeiro/2021 subiu de 11,91% para 11,97%, em uma recomposição de prêmios de risco estimulada pela alta do dólar.
(Valor – 04/12/2014)