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BC sinaliza que não deve baixar juro e repete que busca inflação na meta

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, sinalizou nesta quinta-feira (18), durante conferência da Goldman Sachs em São Paulo (SP), que o BC não deve reduzir no curto prazo a taxa básica de juros da economia, atualmente em 14,25% ao ano, e acrescentou que a instituição continuará perseguindo o objetivo de trazer a inflação para dentro da meta de inflação neste ano.
copom selic 14,25%.

“Sopesados o ambiente externo com nítido viés de menor crescimento [da economia] e a abertura do hiato do produto doméstico, as recentes leituras dos índices de preços no Brasil, ainda elevados; o estado das expectativas, que se encontram fora da zona de convergência; e os mecanismos de inércia inflacionária, que operam em nossa economia, não deixam espaço para uma flexibilização das condições monetárias [redução dos juros]”, declarou Mendes no evento. A conferência foi fechada, mas seu discurso foi disponibilizado na íntegra pelo Banco Central.

A especulação de que o Banco Central poderia vir a baixar a taxa de juros nos próximos meses ganhou força no mercado financeiro após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado formado por diretores e presidente da autoridade monetária. No mês passado, a taxa foi mantida estável em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos.

Isso porque, até poucos dias antes da reunião do Copom que manteve os juros, o BC indicava que subiria a taxa Selic para tentar controlar a inflação, mas depois acabou deixando-a inalterada alegando baixo nível de atividade no Brasil e no mundo. Analistas que apontam que o BC sucumbiu a pressões políticas.

Inflação na meta

Apesar da descrença geral do mercado financeiro, o diretor de Política Monetária do Banco Central informou que a instituição perseguirá o objetivo de circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional, em 2016, isto é, abaixo de 6,5%, e fazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.

A expectativa do mercado financeiro, porém, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras conduzida pelo próprio BC, é de que inflação oficial do país some 7,61% em 2016 (bem acima do teto de 6,5%, estourando, assim, novamente a meta de inflação) e 6% em 2017 – muito superior ao objetivo central de 4,5%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância, que fixa um teto de 6% para o ano que vem.

Para o diretor do BC, o país atingiu, no momento atual, o “pico da inflação acumulada em doze meses”. “Nos próximos meses, dois importantes fatores levarão ao declínio da inflação. Primeiro, os ajustes dos preços administrados em 2016 tendem a ser substancialmente menores do que os vivenciados em 2015. Segundo, o hiato do produto deverá reduzir a pressão inflacionária em 2016, limitando a propagação da inflação para horizontes mais longos”, declarou Mendes.
Segundo ele, o Banco Central tem de manter a vigilância sobre o comportamento da inflação “não obstante a esperada redução nos índices inflacionários acumulados que deverão ocorrer nos próximos meses”. Para ele, “é fundamental para fortalecer o cenário de convergência da inflação para a meta”.
Meta fiscal
Mesmo com as imensas dificuldades por parte do governo em cumprir a meta fiscal deste ano, fixada no orçamento federal em R$ 30,5 bilhões, ou 0,5% do PIB, Mendes declarou que o Banco Central “acredita na consecução da meta fiscal traçada para o ano e a adota como hipótese básica de trabalho em suas projeções”.

Segundo pesquisa realizada pelo BC com mais de 100 instituições financeiras, as contas públicas (governo, estados, municípios e empresas estatais) deverão registrar um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de 1% do PIB em 2016, ou seja, de cerca de R$ 60 bilhões. Se confirmado, será o terceiro ano com as contas no vermelho.

Para economistas consultados pelo G1, as dificuldades do governo em atingir não somente a meta fiscal (superávit de R$ 30,5 bilhões) deste ano, mas em trazer as contas novamente para o azul, residem no fraco ritmo de atividade econômica e, também, nas limitações que o Executivo tem para fazer cortes de despesas.

(G1 – 18/02/2016)

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