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Brasil tem o maior déficit trimestral nas contas externas da história

O Brasil registrou em março déficit de US$ 6,248 bilhões em suas transações correntes com outros países, conta que já acumula saldo negativo de US$ 25,186 bilhões desde o início do ano, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). O déficit em conta corrente acumulado pelo Brasil de janeiro a março foi de US$ 25,186 bilhões. Trata-se do maior saldo negativo já registrado em um trimestre desde o início de 1970, quando começa a série histórica do BC. De janeiro a março de 2013, esse rombo foi de US$ 24,7 bilhões. Em 12 meses, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu em decorrência de transações internacionais relativas a comércio, serviços, rendas e transferências unilaterais alcançou US$ 81,556 bilhões, o equivalente a 3,64% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária para o período. Olhando para os 12 meses terminados em fevereiro, quando o resultado foi negativo em US$ 82,126 bilhões, o déficit recuou levemente. O chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, disse que o resultado das contas externas em março ficou “próximo ao esperado”. Ele observou que o déficit no mês foi inferior ao de fevereiro e ao março do ano passado, o que provocou uma melhora no indicador em 12 meses. “O déficit ficou um pouco maior do que o previsto em grande parte por causa da reação lenta da balança comercial. Produtos importantes da nossa pauta de exportação, especialmente agrícolas, estão com preços inferiores ao previsto. Mas esperamos uma recuperação ao longo do ano”, disse Maciel. Para o ano, a previsão é de conta negativa em US$ 80 bilhões e, em abril, o déficit em transações correntes deve ficar em US$ 7,8 bilhões.

Investimento direto

Os investimentos estrangeiros diretos (IED) não foram suficientes para financiar o rombo das contas externas no mês. O Brasil recebeu US$ 4,995 bilhões em IED em março. No acumulado de três meses, o ingresso líquido desse tipo de capital somou US$ 14,171 bilhões, o que também não foi suficiente para cobrir todo o déficit do país em transações correntes com o exterior. Para o ano, a estimativa de IED é de US$ 63 bilhões, o que também não financiaria os US$ 80 bilhões de déficit em conta corrente estimados pela autoridade monetária. Em relação a março de 2013, quando foi de US$ 5,739 bilhões, o fluxo de IED caiu. Mas os ingressos aumentaram na comparação com os primeiros três meses do ano passado (US$ 13,256 bilhões). Ao comentar o desempenho do investimento estrangeiro direto (IED) em março, Maciel disse que o resultado superou as expectativas do BC, que eram de US$ 3,2 bilhões. “A entrada de investimentos continua fluindo”, disse. Neste mês, até o dia 23, já entraram no país US$ 3,9 bilhões em IED e a projeção do BC é que o total neste mês chegue a US$ 5,3 bilhões. Além do valor destinado à participação no capital de empresas no Brasil, também são classificados como investimentos diretos os empréstimos concedidos por matrizes de empresas multinacionais a suas filiais no país e vice-versa. Essa parte do IED, que são os empréstimos intercompanhias, respondeu por ingressos líquidos de US$ 1,360 bilhão em março (ante US$ 3,024 bilhão no mesmo mês de 2013) e de US$ 3,740 bilhões desde o início do ano, segundo o BC. O investimento direto propriamente dito (participação no capital), portanto, foi de US$ 3,635 bilhões no mês e de US$ 10,431 bilhões no acumulado do ano.

(São Paulo – 25/04/2014)

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