A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou “acertada” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano. Entretanto, destacou que o ciclo de alta não foi suficiente para levar a inflação a patamar menor, exigindo do governo ações de controle fiscal.
“A manutenção dos juros básicos da economia em 11% ao ano foi uma decisão acertada e indica que o atual período de aumento da taxa Selic chegou ao fim. O término do ciclo é necessário para evitar que o custo da redução da inflação recaia preponderantemente sobre o setor produtivo”, afirmou, em nota, a CNI. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), porém, a manutenção da taxa Selic neste patamar será prejudicial à retomada das atividades. “Indústria, comércio e serviços já sentem a redução do volume de vendas, e nem a proximidade do início da Copa traz reversão deste processo. A manutenção da taxa em patamar tão elevado diante de uma economia em desaceleração e um crescimento anêmico mostra como a política monetária está descolada da realidade do Brasil”, disse em nota o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por outro lado, criticou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom). “O Copom deixou escapar uma boa oportunidade para baixar a Selic e estimular o crescimento econômico”, disse em nota o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. Para a Contraf, o custo social e econômico da Selic no controle da inflação tem se mostrado elevado, o que torna urgente “acionar outras políticas voltadas para este fim, cujos efeitos sejam menos danosos”.
(Valor – 28/05/2014)