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Como a crise na Argentina pode afetar o Brasil?

Imersa em mais uma turbulência econômica, a Argentina viu recentemente sua moeda, o peso, sofrer a maior desvalorização num único dia dos últimos 12 anos. A queda acumulada é de 8,43% ao ano. A manobra é impulsionada pelo governo, que quer evitar a fuga de dólares do país e o aprofundamento da crise. E o Brasil deve, sim, sentir efeitos dessa crise, segundo especialistas. Atualmente em cerca de US$ 29,1 bilhões, as reservas argentinas se encontram em níveis preocupantes – o “mínimo do mínimo”, dizem economistas. Em comparação, o Brasil detém reservas de cerca de US$ 350 bilhões, segundo números do Banco Central atualizados em dezembro de 2013.  A desvalorização do peso vem com uma alta ainda maior dos preços dos combustíveis, alimentos e uma série de outros produtos. Os salários, no entanto, não tem acompanhado a inflação e a defasagem nos rendimentos é outro problema. Em dezembro, policiais de várias províncias entraram em greve, abrindo caminho para uma onda de saques e distúrbios no país. Além de representar, na visão de muitos analistas, o resultado de anos de políticas econômicas arriscadas, a turbulência coincide com instabilidade dentro e fora do país. No cenário interno, o que preocupa é a instabilidade política e a descrença de parte da população na capacidade do governo de Cristina Kirchner de resolver os problemas, além de um clima de animosidade entre as autoridades e o empresariado. Já no âmbito internacional, a atual recuperação da economia americana faz com que muitos investidores migrem seus recursos de países emergentes para os Estados Unidos – a chamada fuga de capitais, que nos anos 1990 chegou a quebrar nações em desenvolvimento. Na lista dos países afetados recentemente estão Argentina, Turquia, Índia, África do Sul e o Brasil. Embora em relatório recente o FMI (Fundo Monetário Internacional) tenha dito que os países vizinhos estão mais protegidos contra reflexos da crise argentina do que no passado, economistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que a economia brasileira sentirá efeitos (embora reduzidos) tanto da instabilidade quanto da movimentação de capital especulativo após a recuperação dos EUA.

(BBC Brasil, 05/02/2014)

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