O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, de 8,5% para 9% ao ano. Exatamente como se esperava. Manteve, assim, a estratégia de aperto monetário em meio à deterioração das expectativas de inflação causada pelo dólar mais caro e por um provável reajuste no preço dos combustíveis.

O breve comunicado divulgado depois da reunião manteve a redação vista nos encontros de maio e julho: “Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 9% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.

A decisão não surpreendeu o mercado porque, nas últimas semanas, o BC procurou coordenar a expectativas do mercado financeiro em torno de uma alta de 0,50 ponto percentual.

Primeiro, esvaziou apostas de que, devido à divulgação de índices de inflação mais baixos do que o esperado e ao fraco ritmo de crescimento da economia, o BC poderia ser ainda mais cauteloso no aperto monetário. Depois, deixou claro que não iria intensificar o aperto monetário como resposta à forte desvalorização do real, que tende a pressionar os índices de inflação e torna mais premente um reajuste de combustíveis.

O que ainda está em aberto é, daqui por diante, qual será a intensidade e duração do processo de alta de juros nas duas reuniões do Copom que restam neste ano do ano.

(Valor, 29/08/13)