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Dólar acompanha mercado externo e fecha em queda após fala de Yellen

Os comentários da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e do presidente russo, Vladimir Putin, ajudaram a aliviar as preocupações com redução de liquidez e com as tensões geopolíticas, o que sustentou a valorização das moedas emergentes. No mercado local, o dólar acompanhou o movimento global e fechou em queda frente ao real, com a expectativa de fluxo positivo ainda suportando a valorização da moeda brasileira. O dólar comercial caiu 0,49% encerrando a R$ 2,2180. O contrato futuro para junho recuava 0,62%, para R$ 2,233. Os comentários mais “dovish” da presidente do Fed, Janet Yellen, hoje contribuíram para a queda das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), favorecendo o aumento da demanda por ativos de maior risco. Em audiência no Congresso, Yellen ressaltou que a economia dos Estados Unidos ainda precisa de suporte dada a “considerável ociosidade” no mercado de trabalho. Diferentemente do último discurso, Yellen evitou citar prazos em relação a quando o Fed deve começar a elevar a taxa básica de juros, destacando que, após o fim do programa, terá um período considerável antes do Fed começar a elevar a taxa de juros. “A Yellen não mudou em nada a visão do mercado de que a retirada dos estímulos pelo Fed vai ser gradual. Sem notícia nova sobre a política monetária americana, o mercado mantém o ‘trade’ de venda de dólar”, diz o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello. A previsão, segundo Yellen, é que o programa de compra de ativos termine no outono, entre os meses de setembro e novembro. O dólar caía 0,15% em relação ao dólar australiano, 0,41% diante da lira turca, 0,40% frente ao rand sul-africano e 0,49% em relação ao peso mexicano. A taxa ainda baixa dos títulos do Tesouro americano de dez anos tem sustentado a demanda por ativos emergentes, levando a valorização da moeda desses países. O BNP Paribas, por exemplo,  revisou para baixo sua estimativa para o dólar frente ao real para o fim deste ano e agora vê a moeda americana fechando 2014 em R$ 2,45, ante previsão anterior de R$ 2,60. O banco também revisou seu prognóstico para a cotação do dólar no fim de 2015, de R$ 2,75 para R$ 2,55. Em relatório, a equipe de estratégia de câmbio do banco justificou que “muita coisa mudou” desde a última atualização de estimativas para a taxa de câmbio brasileira, citando a menor volatilidade dos rendimentos dos Treasuries desde o início do ano . “Como resultado, os fluxos para portfólio voltaram aos mercados emergentes, não somente para renda fixa, mas também para ações.” O banco espera que a taxa do título americano de dez anos, considerado como benchmark, permaneça entre 2,55% e 2,65% neste ano. Para o analista de uma corretora local, enquanto a taxa desse papel estiver abaixo de 2,60% os investidores devem continuar tomando recursos para aplicar em mercados emergentes. Além disso, os estrategistas do BNP avaliam que o real possui a melhor relação risco-retorno em termos de “carry trade” -operação que busca ganhar com a arbitragem de juros – entre as moedas emergentes e relacionadas às commodities. Por fim, a equipe cita que já houve uma “grande” correção na taxa real efetiva de câmbio e suficiente para estabilizar a deterioração vista nas transações correntes. Do lado geopolítico, os comentários do presidente da Rússia ajudaram a acalmar os ânimos. O presidente russo disse estar pronto para discutir uma maneira de acabar com a crise na Ucrânia e pediu que separatistas do leste do território ucraniano adiem um referendo marcado para 11 de maio sobre uma eventual independência da região. A melhora do cenário externo favorece o ingresso de recursos, seja do lado comercial como do financeiro, que tem ajudado a sustentar a valorização do real.

(Valor – 08/05/2014)

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