Após abrir os negócios em alta, o dólar virou e passou a cair em comparação com o real nesta quinta-feira (11). Durante a tarde, a variação mudou novamente e a moeda fechou em alta. O dólar subiu 0,26%, a R$ 2,2972 na venda. É o quarto dia consecutivo de valorização. Na semana, a moeda acumula alta de 2,57% e no mês, de 2,60%. No ano, há baixa acumulada de 2,56%. A subida na reta final foi reflexo de declaração do assessor econômico do programa da candidata do PSB à Presidência Alexandre Rands afirmar à Reuters que um governo de Marina Silva acabaria com o atual programa do Banco Central de intervenção no câmbio. Ainda assim, investidores continuaram reticentes em sustentar as cotações acima do teto informal de R$ 2,30, diante da possibilidade de o BC intensificar a atuação no câmbio para evitar pressão inflacionária. A variação do dólar refletia a pesquisa Datafolha que motrou na véspera empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e a ex-senadora Marina Silva (PSB) tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições de outubro. queda também reflete alívio em relação à possibilidade de os juros norte-americanos subirem mais cedo que o esperado, após números fracos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. O aumento dos juros nos EUA atrairia recursos aplicados em outras economias. Os investidores também reagem à possibilidade de o Banco Central intensificar a atuação no câmbio devido aos impactos sobre a inflação. “O BC já demonstrou preocupação com o nível de R$ 2,30, então o mercado fica cauteloso quando nos aproximamos desse patamar”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Advanced, Celso Siqueira. No Brasil, o fortalecimento recente da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação, pois encarece importados. Nos mercados, isso acendeu a luz amarela para a possibilidade de o Banco Central aumentar as rolagens de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. “Sem dúvida nenhuma, o BC está de olho e pode agir se a escalada continuar”, afirmou o operador de um importante banco nacional. Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a US$ 197,6 milhões. Foram 1 mil contratos para 1º de junho e 3 mil para 1º de setembro de 2015. O BC também vendeu a oferta total de até 6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de outubro. Ao todo, o banco já rolou cerca de 18% do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões.
(G1 – 11/09/2014)