O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (23) pelo segundo dia seguido, com a expectativa de que o Banco Central vai reduzir ou encerrar suas intervenções diárias no câmbio a partir do meio do ano. A semana terminou com valorização acumulada de 0,47%. No mês, há queda de 0,27% e no ano, de 5,66%.
“Se o BC vai renovar o programa (de leilões) ou não depende do nível do dólar. A R$ 2,20, ele não renova, a R$ 2,30, ele renova”, disse à Reuters o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater. “Mas ficou claro que o BC vai se defender contra a depreciação do dólar, com um olho no nível de R$ 2,20.”
O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou na véspera que percebe alguma redução na demanda por leilões cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, a pouco mais de um mês do fim da atual fase de programa de leilões diários. A declaração reforçou a percepção de que o BC não quer a moeda dos EUA abaixo de R$ 2,20, temendo impactos adversos sobre as exportações, apesar do alívio inflacionário trazido pelo dólar barato. Desde o início do abril, a divisa norte-americana tem oscilado entre R$ 2,20 e R$ 2,25. Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps (equivalente à venda no mercado futuro) no leilão diário, todos com vencimento em 2 de fevereiro do próximo ano e volume equivalente a US$ 198,4 milhões. O BC também ofertou contratos para 1º de dezembro deste ano, mas não vendeu nenhum; e vendeu a oferta total de swaps em leilão de rolagem. Até agora, foram rolados pouco menos de 40% do lote total que vence no próximo mês, equivalente a US$ 9,653 bilhões.