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Dólar reflete cenário externo e pesquisa eleitoral e fecha em queda

O dólar iniciou a semana em que queda frente ao real, refletindo o movimento da moeda americana no exterior e a repercussão das últimas pesquisas eleitorais no mercado local, que apontaram para uma queda das intenções de voto da presidente Dilma Rousseff.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,19% a R$ 2,2236. Já o contrato futuro para agosto recuava 0,22% para R$ 2,23.

A queda do dólar no mercado local tem sido sustentada pela divulgação das últimas pesquisas eleitorais, que apontaram para uma queda das intenções de voto da presidente Dilma, aumentando as chances de vitória do principal candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), visto pelos investidores com perfil mais pró-mercado. Os investidores repercutiram hoje o levantamento realizado pelo Instituto Sensus em parceria com a revista “Istoé”, divulgado no último fim de semana, que aponta um recuo das intenções de voto da presidente Dilma de 32,2% para 31,6% no primeiro turno. Em um provável segundo turno, a candidata do PT aparece tecnicamente empatada com o candidato do PSDB, Aécio Neves, com 36,3% dos votos contra 36,2% do candidato tucano. “Apesar do fluxo cambial estar negativo [acumulando déficit de US$ 5,4 bilhões em julho até o dia 11], o impacto das pesquisas eleitorais tem predominado no mercado”, afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da c orretora Icap.

Além disso, as taxas ainda baixas dos Treasuries e a percepção de um processo gradual da normalização da política monetária nos Estados Unidos continuam favorecendo a busca por retorno, incentivando as alocações em mercados emergentes, e o Brasil, com uma taxa básica de juros de 11%, tem liderado essas alocações. A queda dos rendimentos dos Treasuries, combinada com a baixa volatilidade, estimula investidores ávidos por diferencial de juros a aplicar em ativos emer gentes. A moeda americana recuava 0,34% frente ao rand sul-africano, 0,27% diante da lira turca e 1% frente à rupia da Indonésia , que são mais procuradas por esse tipo de operação.

Além disso, ainda pesa contra o dólar no mercado local a manutenção das intervenções do Banco Central no câmbio.

Hoje a autoridade monetária renovou mais 7 mil contratos de swap cambial, que tinham vencimento previsto para 1º de agosto, movimentando US$ 346,3 milhões. Com isso, a autoridade monetária já renovou US$ 4,200 bilhões do lote de US$ 9,457 bilhões que vence no início do mês que vem. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC terá rolado US$ 6,650 bilhões do lote total.

O BC ainda vendeu hoje todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, cuja operação somou US$ 198,7 milhões.

Em relatório , os analistas do Goldman Sachs lembram que as intervenções do BC se deslocaram das forças do mercado e estão empurrando o real para um nível que não seria consistente com os fundamentos fracos da economia brasileira e da necessidade de rebalanceamento externo, destacando que elas se tornaram o principal instrumento da autoridade monetária, sendo usadas para evitar uma aceleração maior da inflação. “As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio no Brasil são altamente controversas dado sua duração e intensidade”, afirmam os analistas do banco em relatório.

O Goldman Sachs continua pessimista com o real no médio prazo, dado que os fundamentos macroeconômicos do Brasil continuam fracos, a credibilidade da política econômica tem se enfraquecido e o real permanece sobrevalorizado. Além disso, as taxas de juros nos Estados unidos devem começar a subir com a conclusão do tapering (retirada dos estímulos monetários) pelo Federal Reserve, que devem aumentar a discussão sobre a normalização da política monetária nos EUA.

O banco prevê um câmbio perto de R$ 2,30 nos próximos três meses, mas se depreciando para R$ 2,40 e R$ 2,55 nos próximos seis e 12 meses respectivamente.

(Valor – 21/07/2014)

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