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Dólar sobe ao maior patamar desde abril de 2005

O dólar fechou em alta frente ao real pelo segundo pregão consecutivo, acompanhando o movimento de valorização da moeda americana no exterior após dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos. No mercado local, o conjunto de incertezas do lado doméstico pesa ainda mais sobre o câmbio diante de dúvidas em relação à renovação do programa de intervenção diária no câmbio e em relação ao aperto do ciclo monetário, sem contar as notícias negativas relacionadas à Petrobras. O dólar comercial fechou em alta de 1,34% a R$ 2,6477, renovando o recorde no ano e atingindo o maior patamar desde 1º de abril de 2005. Já o contrato futuro para janeiro de 2015 avançava 1,24% para R$ 2,663. Dados econômicos melhores que o esperado dos Estados Unidos reforçaram a perspectiva de que a economia americana segue recuperando, contrastando com o fraco crescimento da Europa e do Japão, o que abriria espaço para o Federal Reserve iniciar o processo de normalização da política monetária nos EUA. Isso contribuiu para aumentar a aversão a ativos de maior risco, com os investidores aumentando a compra de dólares e intensificando a venda de moedas atreladas a commodities, que tem sofrido recentemente com a queda do preço desses ativos. Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA recuaram em 3 mil na última semana, para 294 mil, ante expectativa dos analistas de 300 mil. Já as vendas no varejo subiram 0,7% em novembro, ante previsão de alta de 0,4%. Com isso, o Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda americana, subia 0,53%. Para a estrategista de câmbio para América Latina do Royal Bank of Scotland (RBS), Flavia Cattan-Naslausky, o choque recente de preço de commodities indica uma mudança estrutural do preço desses ativos que veio para ficar. “O choque de preços das commodities deve ser mais prolongado e permanente e os países exportadores desses ativos vão ser o que mais vão sofrer nesse cenário.”
A estrategista do RBS prevê que 2015 será mais um ano difícil para as moedas emergentes diante da normalização da política monetária nos Estados Unidos, desaceleração da China e aumento dos riscos políticos na Europa, com a antecipação da eleição presidencial no Parlamento na Grécia. “os investidores devem iniciar o ano que vem ainda não confort áveis para aumentar a alocação em ativos de risco”, afirma Flavia. Investidores aguardam a reunião do Federal Reserve, prevista para 17 de dezembro, que pode trazer ainda mais volatilidade para as moedas de mercados emergentes. Investidores veem a possibilidade do Fed retirar do comunicado a expressão “taxa baixa de juros por um período considerável”, o que indicaria a disposição da autoridade monetária am ericana em iniciar o processo de alta da taxa básica de juros nos EUA e ajudaria a intensificar o fortalecimento do dólar. No mercado local, investidores acreditam que o Banco Central provavelmente deve esperar a reunião do Fomc para anunciar a decisão sobre a renovação do programa de intervenção diária no mercado de câmbio, previsto para acabar em 31 de dezembro. Hoje o presidente do BC, Alexandre Tombini, sinalizou que o ciclo de aperto monetário pode ser menor que o esperado pelo mercado, durante almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em linha com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que contribui para intensificar a alta do dólar no mercado local. Pesou ainda sobre o real, a notícia de que o Tesouro fará uma operação, envolvendo a Eletrobras, que permitirá o aumento de caixa em Petrobras ainda este ano. A notícia é boa para os credores, e negativa para os investidores, que venderam o papel e ajudaram a derrubar a bolsa.
(Valor – 11/12/2014)

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