Setor aumenta a sua previsão de crescimento da produção de 4,9% para 11,9% neste ano. Vendas para o exterior vão a US$ 1,67 bi em agosto, melhor resultado da história, segundo a associação. Após anos de resultados pouco expressivos, os números de exportação do setor automotivo voltaram a chamar a atenção nos dados da indústria. De acordo com a Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), as vendas para o exterior atingiram US$ 1,67 bilhão em agosto. O cálculo, que inclui também veículos pesados e maquinário agrícola, representa o melhor resultado da história e um crescimento de 21,7% em comparação ao mesmo mês em 2012. No acumulado do ano, a alta é de 11,4%. O resultado contribuiu para destacar o segmento em meio a um cenário instável no ambiente industrial. A Anfavea prevê aumento de 11,9% na produção de veículos no país neste ano em comparação com 2012. Os números divulgados no início do ano estimavam expansão de 4,9%. A alta do dólar ajudou a inflar o resultado, mas o aumento de 28,4% no volume de unidades exportadas (comparação com janeiro a agosto de 2012) mostra que uma nova tendência começa a se consolidar, impulsionada pelos estímulos à produção local do programa Inovar-Auto.
“O patamar atual do dólar traz impactos negativos em curto prazo, como o aumento de custos de peças importadas. Mas, se olharmos adiante, veremos novas possibilidades para o setor, que está mais competitivo”, disse Luiz Moan, presidente da Anfavea. A entidade defende que exportação fraca inviabiliza a operação de marcas de menor volume que terão novas fábricas no país, como Mercedes e BMW. Hoje, a Argentina é a maior compradora de carros nacionais. Mas empresas associadas à Anfavea desejam restabelecer contratos como o feito pela VW em 2003, que resultou na venda do Gol para a China por cinco anos. Já a importação cai. O percentual de estrangeiros sobre o total de licenciamentos está em 18,6% na média do ano. Em 2012, chegou a 20,7%.
(Folha de S.Paulo, 06/09/2013)