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FMI reduz projeção de crescimento do Brasil em 2014 e 2015

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu mais uma vez as estimativas de crescimento para o Brasil em 2014 e 2015, apontando a importância de o país promover um “aperto de políticas”, como mais aumentos de juros e mais ajuste fiscal. Para o Fundo, também é necessário intervir no câmbio de modo mais seletivo e enfrentar os gargalos de oferta. Em relatório divulgado nesta terça-feira, o FMI cortou a projeção de expansão do Brasil deste ano de 2,3% para 1,8% e a do ano que vem de 2,9% para 2,7%. São números inferiores à média dos emergentes, que devem avançar 4,9% em 2014 e 5,3% em 2015, e também menores que as taxas projetadas para a economia global, de 3,6% neste ano e 3,9% no ano que vem. Ao avaliar o fraco ritmo da atividade, o FMI diz que o Brasil deve continuar em marcha lenta neste ano, num cenário em que pesam sobre a economia restrições domésticas de oferta, especialmente na infra-estrutura, e o desempenho fraco do investimento privado, “refletindo a perda de competitividade e a baixa confiança do empresariado”.

“No Brasil, há uma necessidade de continuidade do aperto de políticas. Apesar dos aumentos substanciais dos juros no último ano, a inflação continuou na parte superior da banda. A intervenção no câmbio deve ser mais seletiva, usada basicamente para limitar a volatilidade e para prevenir situações desordenadas do mercado”, diz o relatório. Desde abril do ano passado, o BC elevou a Selic de 7,25% para 11% ao ano, mas a inflação continua pressionada. “O ajuste fiscal também pode reduzir a pressão da demanda doméstica e reduzir desequilíbrios externos, ao mesmo tempo em que contribuiria para reduzir uma relação entre a dívida e o PIB relativamente alta. Gargalos de oferta precisam ser enfrentados.”

Segundo o Panorama da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), a expectativa é que a inflação continue na parte superior da banda da meta de inflação. O alvo no Brasil é de 4,5%, com teto de 6,5%. A limitada capacidade ociosa e a recente desvalorização do rela mantém elevadas as pressões sobre os preços. “O mix de políticas mudou no último ano em direção ao aperto monetário, com a política fiscal (incluindo os empréstimos do Tesouro para os bancos públicos) devendo manter um sinal amplamente neutro em 2014”, segundo o FMI. Num outro trecho do relatório, o Brasil aparece, junto com a China e a Venuzuela, como um dos países em que é necessário ajustar a “atividade quase fiscal”, uma referência, no caso brasileiro, aos empréstimos do Tesouro aos bancos públicos, como o BNDES. Segundo o FMI, essa atividade eleva os riscos contingentes ao orçamento e à dívida pública.

(Valor – 08/04/2014)

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