Close

Not a member yet? Register now and get started.

lock and key

Sign in to your account.

Account Login

Forgot your password?

Mundo entra na era da ‘Grande Desaceleração’, afirma ‘Economist’

Os países emergentes, como o Brasil, estão crescendo menos e não conseguem compensar a fraqueza dos países ricos.
Liderado pelos grandes países emergentes que crescem cada vez menos, inclusive o Brasil, o planeta entrou em um novo processo econômico: a “Grande Desaceleração”. A opinião é da revista britânica The Economist. Em reportagem de capa na edição europeia, a publicação afirma que a desaceleração cada vez mais evidente de grandes emergentes como os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) não representa um início de um fracasso, mas sim um ponto de inflexão para a economia mundial.
Para explicar a “Grande Desaceleração”, a revista dá argumentos para os quatro maiores emergentes, sem levar em consideração a África do Sul, que faz parte do Brics. No caso do Brasil, a reportagem cita que o País correu com a ajuda do boom das commodities e a expansão do crédito doméstico. Mas a combinação da “inflação teimosa com o lento crescimento mostram que a velocidade-limite da economia é muito menor do que a maioria das pessoas pensava”. Há argumentos distintos para China, Rússia e Índia.
Na reportagem, a revista diz que o abrandamento das economias “será motivo de ansiedade em primeiro lugar para os moradores desses países”. “Onde o crescimento econômico já entregou padrões de vida mais elevados e também tem aguçado o apetite por mais. Mas a transição não precisa ser dolorosa”, diz.
“Ao longo dos próximos dez anos, as economias emergentes ainda vão crescer, mas de forma mais gradual”, diz a publicação. “Isso marca o fim da primeira fase mais dramática da era dos mercados emergentes”, completa a reportagem, que destaca especialmente o fato de que em 1990 os mercados emergentes respondiam por menos de um terço da produção mundial conforme o poder de compra. Em 2013, a participação deve superar os 50%.
Outro argumento para a desaceleração é que outras economias emergentes pós-Bric, como os chamados “Next 11” – grupo que inclui Bangladesh, Indonésia, México, Nigéria e Turquia – não conseguirão gerar impacto na economia global comparável ao efeito dos quatro grandes nos últimos 20 anos. “Os gigantes emergentes vão crescer mais e vão continuar subindo nos rankings, mas o seu passo não vão mais abalar a Terra como já fizeram”.
A Economist acredita que o “efeito imediato dessa desaceleração deve ser administrável”. Um dos argumentos é que economias emergentes têm, atualmente, mais fôlego e espaço de manobra para reagir e se defender. “Mas o impacto (da desaceleração) no longo prazo sobre a economia mundial será profundo”, diz.
“A Grande Desaceleração significa que as economias emergentes em expansão já não conseguirão mais compensar a fraqueza dos países ricos. Sem uma recuperação mais forte nos Estados Unidos ou no Japão ou um renascimento na área do euro, é improvável que a economia mundial cresça muito mais rápido do que o ritmo medíocre dos atuais 3%”, diz o texto.
Uma das consequências dessa desaceleração emergente é a possibilidade de retomada da cooperação e liberalização econômica ao redor do mundo. “A era Bric aconteceu na ausência de uma maior abertura do comércio exterior (embora a entrada da China na Organização Mundial do Comércio tenha sido um marco importante), com o comércio crescendo bastante e de qualquer maneira”, diz. “A desaceleração pode trazer um novo foco para as negociações comerciais globais. Um acordo que aborde as barreiras comerciais não-tarifárias e especialmente o comércio de serviços poderia render grandes benefícios”, diz a revista, que nota, porém, que há o risco de o mundo caminhar na direção contrária. “O mundo rico pode estar mais cauteloso sobre a globalização do que uma ou duas décadas atrás”.
(O Estado de S.Paulo, 26/07/13)

Login