Close

Not a member yet? Register now and get started.

lock and key

Sign in to your account.

Account Login

Forgot your password?

Produção cresce em julho, mas não altera cenário negativo da indústria

Apesar de a produção industrial ter voltado a crescer em julho, após cinco meses seguidos de recuo, a conjuntura setorial continua negativa. A avaliação é do gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, apontou alta de 0,7% na atividade. O resultado pôs fim a uma sequência de resultados negativos que durou cinco meses e acumulou baixa de 3,5%. Ele afirmou que ainda há baixo nível de confiança dos empresários e dos consumidores; menor evolução do consumo; maior seletividade e crédito mais caro; redução de exportações para parceiros importantes e grande presença de produtos importados.

“Todos esse fatores que estamos listando há algum tempo permanecem mesmo com a alta da indústria. Os setores ainda estão com os estoques acima do habitual”, disse ele. Segundo o especialista do IBGE, o aumento da atividade em julho está associado à baixa base de comparação e ao maior número de horas trabalhadas. Em junho, o IBGE observou diversas paralisações em unidades fabris em razão da Copa do Mundo. “É claro que a base de comparação mais baixa, com recuos sucessivos na produção, combinada com o aumento no número de horas trabalhadas em julho, em função do fim da Copa do Mundo, dão essa conotação do resultado positivo. Acaba sendo responsável pelo espalhamento de resultados positivos por setores e categorias econômicas”, disse Macedo. Das quatro categorias econômicas que integram a PIM-PF, três tiveram alta na produção na passagem de junho para julho. Nesse tipo de comparação, que desconta efeitos sazonais, a produção de bens de capital teve alta de 16,7%, ao passo que a fabricação de bens duráveis cresceu 20,3%. No mesmo período, o IBGE observou alta de 0,7% na produção de bens semiduráveis e não duráveis e queda de 0,3% em bens intermediários. Dos 24 ramos que integram a indústria, 20 tiveram alta entre junho e julho, na série dessazonalizada. Nessa base de comparação, que desconta os efeitos sazonais, o melhor resultado apurado pelo IBGE ocorreu em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com alta de 44,1%, na série livre de influências sazonais. Nesse tipo de comparação, outros equipamentos de transporte tiveram alta de 31,3% e máquinas, aparelhos e materiais elétricos cresceram 13,1%. A pesquisa também apontou que a produção de veículos automotores cresceu 8,5% em julho na comparação com junho, descontando-se os efeitos sazonais. Foi a maior alta do setor desde o período janeiro-fevereiro de 2012, quando subiu 12,1%. Esse resultado contribuiu para o aumento na fabricação de bens duráveis e bens de capital. O setor de veículos automotores é dividido entre automóveis e autopeças, integrantes da categoria econômica bens duráveis, e caminhões, que compõem bens de capital. “Houve retomada na produção de veículos de passeio, caminhões e ônibus, aumento no número de horas trabalhadas. Mesmo assim, o setor ainda se encontra com níveis de estoque acima do desejado. É um setor que ainda tenta adequar a produção à demanda”, afirmou Macedo.

(Valor – 02/09/2014)

Login